Avaliação neuropsicológica das funções cognitivas de pacientes oncológicas submetidas a quimioterapia

Abstract

O câncer de mama é a maior causa de morte entre a população feminina em todo o mundo, destarte a quimioterapia é considerada o tratamento mais empregado para combater a doença; contudo, essa categoria de tratamento tem estado correlacionado com alterações no funcionamento cerebral, mais especificamente no funcionamento cognitivo, o qual inclui aprendizagem, atenção, funções executivas, memória e concentração. A presente pesquisa teve como objetivo investigar as funções cognitivas em mulheres com câncer de mama submetidas à quimioterapia. Participaram dessa pesquisa 43 mulheres, divididas em três grupos, sendo eles, mulheres diagnosticadas com câncer que estavam em tratamento quimioterápico, mulheres saudáveis e mulheres diagnosticadas com câncer que já tenham experimentado o tratamento quimioterápico. A amostra foi coletada através de divulgação nas plataformas de mídias sócias, pois em virtude da pandemia do Covid-19, não foi possível o acesso ao Centro de Tratamento Oncológico da cidade de Sinop-MT, por se tratar de uma população considerada de risco. Para alcançar os objetivos sugeridos nessa pesquisa, foram empregados os sequentes instrumentos: Entrevista Semiestruturada e o Mini Exame do Estado Mental que avaliaram a memória, atenção, flexibilidade cognitiva, capacidade de planejamento e controle inibitório. A análise dos resultados foi finalizada por meio de técnicas descritivas e comparativas. Os resultados apontaram que as mulheres com câncer de mama em tratamento quimioterápico exibiram indícios de declínios executivos para algumas capacidades, como controle inibitório e flexibilidade cognitiva, no entanto outras se conservam, como a capacidade de planejamento. Os resultados indicam ainda, que as pacientes em tratamento exibiram declínio significativo na memória de trabalho. Embora os resultados mostrarem que há uma disposição ao declínio das FE em mulheres em tratamento quimioterápico, não é possível definir com precisão a presença dessa interdependência. Isso pode ser explicado em função da quantidade limitada de voluntárias, pela heterogeneidade da amostra, e também dada à ausência de uniformidade metodológica e pela deficiência de uma definição dos construtos e subcomponentes relacionados às Funções Executivas.