Abstract:
A endometriose é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pela presença de glândulas e
estromas semelhantes ao endométrio, suscetível ao estrogênio e viável fora do útero. A doença
é de difícil diagnóstico precoce, e nem sempre possui sintomas clínicos, mas ainda assim,
consegue diminuir a qualidade de vida da mulher. Nos últimos 12 meses, houve um aumento
de casos significativos. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), em
torno de 7 milhões de mulheres sofrem com essa doença inflamatória e crônica no Brasil e 180
milhões a nível global, sendo uma a cada dez mulheres em idade reprodutiva. Os principais
sintomas e queixas são: dismenorreia, dor pélvica crônica, infertilidade, dispareunia de
profundidade (dor durante a relação sexual), sintomas intestinais e urinários cíclicos, como dor
ou sangramento ao evacuar/urinar durante o período menstrual. A endometriose é uma doença
complexa, mas possui explicações de fatores genéticos, epidemiológicos e ambientais. A
endometriose aparece normalmente no período de ciclo menstrual, todavia, muitas mulheres
desconhecem os sinais e sintomas precocemente da doença, sendo então, considerada
silenciosa. Contudo, não existe um protocolo diagnóstico especifico, mas que se torna a
ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética e o marcador tumoral CA 125 os melhores
exames para rastreio capazes de identificar locais e estágios da doença, principalmente a fase
profunda infiltrativa da endometriose, porém, a avaliação cirúrgica por videolaparoscopia ainda
é o padrão-ouro para o diagnóstico definitivo. Na fisiopatologia sobre a inflamação crônica, há
presença de células como os monócitos, macrófagos e linfócitos. Os monócitos circulam pelo
sangue, em direção do local lesionado, onde irá amadurecer como macrófagos nos tecidos,
produzindo as proteinases e fibroblastos, podendo favorecer o desenvolvimento de coágulos e
fibroses, pois as proteinases destruirão a elastina e outros componentes do tecido. A hipótese
fisiopatológica mais aceita para a endometriose é a teoria de implantação descrita por Sampson,
em 1927. O autor informa que ocorre uma espécie de refluxo do tecido endometrial pelas
trompas de falópio, onde posteriormente implanta-se no tecido peritoneal ou nos órgãos
pélvicos. Compreende-se que a endometriose é mediada por anticorpos, que tentarão destruir
as células endometriais fora do útero. Os organismos reconhecem estas células como
agressoras, estimulando os macrófagos numa batalha para tentar destruir as lesões inflamadas,
e com isso, os órgãos que estiver acoplado ou implantado as lesões, acabam sendo afetados. A
partir dessa pesquisa foi possível apresentar que a endometriose tratada adequadamente pode
impedir sua evolução, podendo assim, proporcionar melhor qualidade de vida a mulher.