Extração dentária seguida de osteonecrose pelo uso de bifosfonatos

Abstract

O Bifosfonato é uma classe de substância química indicado para o tratamento de osteoporose e alterações do metabolismo ósseo, sendo associadas ou não a neoplasias. Apesar de apresentar sucesso no tratamento de doenças ósseas, foi observado um maior número de osteonecrose após extração dentária em pacientes que fazem o uso desse medicamento, os mesmos tendo fatores de risco como, uso da droga por mais de 3 anos, corticosteroides, tabagismo, idade avançada, diabetes, alcoolismo, higiene oral deficiente e uso de prótese dentária mal adaptada. Os aspectos clínicos são, osso necrosado exposto na região maxilofacial, dificuldade na cicatrização com ou sem sintomatologia dolorosa, em exames de imagem pode ser observado esclerose óssea difusa, reação periosteal, manchas radiolúcida difusas, lesões ostelísticas com envolvimento de cortical óssea. Em grandes lesões podem ocorrer fratura patológica e fístulas extraorais. As chances de osteonecrose em mandíbula são maiores do que em maxila em decorrência anatômica sendo a mandíbula mais vascularizada e ter osso mais compacto, sendo ela mais suscetível a microtraumatismos constantes em função da presença dos dentes, que facilitam a entrada de microrganismos patogênicos via endodôntica ou periodontal sendo favorável a focos infecciosos e inflamatórios cujo o reparo é prejudicado pelos bifosfonatos. A indicação de extração dentária para paciente que fazem ou já fizeram o uso de bifosfonatos é bastante limitada, somente para casos realmente necessários. Antes da extração é indicado medida profilática antibiótica, e se caso ocorrer a osteonecrose, o tratamento é feito através do debridamento cirúrgico, medicamentos e cuidados de segunda escolha como laserterapia.